terça-feira, 14 de junho de 2011

O gato e o pintinho

            O gato costumava ficar deitado perto do fogão à lenha, principalmente nos dias de chuva. Era do tipo preguiçoso, em que continuamente era visto descansando. “Este gato só quer sombra e água fresca”, dizia sempre o dono da casa.
            E desse jeito foi naquela manhã de abril, quando o galinheiro ficou todo alagado após uma forte chuva e ventania. Ora, a galinha branca entusiasmada com o tamanho da nova ninhada, deixara um pintinho escapar das asas e, o pequeno animal ficara todo molhado!
            O gato de barriga cheia e preferindo um sossego, estava na cozinha como de costume. É fácil imaginá-lo contemplando ocioso o pintinho. Mais ainda o miado curto quando viu o filho mais velho da casa envolver o infeliz com um pano seco e limpinho: “Miau!”
            O pequeno filhote fez: “piu”, tão baixinho que o gato levantou a cabeça e num giro de 90° para a direita, seus olhos verdes encontraram outros dois olhinhos assustados. Angustiado com a perspectiva de sentir frio, o bichano ficou pensativo e acuado. 
             Logo que o pintinho deixou de tremer, foi colocado no chão. E quanto tempo levou para o gato botar os pelos para aquecer-lhe as penas?  Uns segundos. Foi com espanto que o dono da casa viu que o gato possuía uma grande dose de solidariedade.
            E como era hora do café, um pedaço de cuscuz foi dado ao pintinho e, para o gato, um pires de leite bem quentinho.     

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